segunda-feira, 22 de abril de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Dr Wanderley Domingues, presidente do Centro pró Autista participa do "Programa Todo Seu"e fala sobre o Autismo.




Prestes a completar um ano, com expressiva audiência e credibilidade junto ao público, o TODO SEU ganhou o horário nobre da emissora no dia 28 de fevereiro de 2005 das 22h00 à meia-noite, com destaque para a MOSTRA DE DECORAÇÃO que reuniu no decorrer dos últimos anos os maiores arquitetos e designers de interiores do Brasil na assinatura, mensalmente, do cenário da atração.

De lá pra cá, o TODO SEU se tornou referência nas noites da televisão brasileira, com destaque para seu conteúdo de qualidade e o grande carisma do apresentador.
Mesclando informação e entretenimento, o TODO SEU em 1º de junho de 2011, se consolida como a única revista eletrônica diária da televisão brasileira, sendo o primeiro programa totalmente a ser gerado e transmitido em HDTV pela TV GAZETA.

Fonte: http://todoseu.tvgazeta.com.br/index.php


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Rodrigo Garcia, Secretário de Desenvolvimento Social visita Centro Pró Autista.


Rodrigo Garcia visita Centro Pró Autista

Secretário de Desenvolvimento Social conheceu a entidade ao lado da secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella


São Paulo, 07 de fevereiro de 2013 – O secretário de Desenvolvimento Social Rodrigo Garcia esteve hoje no Centro Pró Autista, entidade criada há 14 anos pelo neuropsiquiatra, Wanderley Manoel Rodriguez. A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella também compareceu ao encontro.
Os dois secretários visitaram a entidade e conheceram o atendimento desenvolvido para os pacientes. “Já tínhamos um grupo de trabalho entre o Desenvolvimento Social e Pessoa com Deficiência. Agora estamos com a oportunidade de atuar no projeto do Centro Pró Autista”, disse Rodrigo Garcia.
O Centro atende hoje 145 pacientes. “Antigamente o diagnóstico de autismo era genérico: deficiência mental. Hoje temos pacientes que trabalham e estão totalmente inseridos na sociedade”, explicou Rodriguez. Segundo ele, a entidade tem um convênio com o Senai para capacitação dos usuários. “Dos 25 que fizeram o último curso, cinco já estão trabalhando”.
A diretora técnica do Centro, Maria Clara Nassif, acrescentou que o trabalho com os pacientes vai além do atendimento médico multidisciplinar. “O acesso aos meios culturais é muito explorado por nós como ferramenta de inclusão social do autista”.
“A discussão do tema autismo ainda é muito difícil. Falta conhecimento e dados. Se não fosse o movimento das famílias e das entidades estaríamos sem base. Temos que aproveitar a experiência desenvolvida por vocês para disseminar na rede estadual”, disse Linamara.
Um dos entraves da entidade para ampliar o atendimento é ter uma sede própria. Hoje o Centro funciona em um sobrado alugado na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, ao custo mensal de R$ 7 mil. “Nós tínhamos a posse precária de uma área de 3 mil m² ao lado da estação Conceição do Metrô, mas perdemos o direito de uso”, contou Rodriguez.
O secretário Rodrigo Garcia disse que o Estado possui áreas de desapropriações que podem ser de interesse da entidade. “Podemos levantar essa lista e iniciar uma negociação”.
Rodrigo acrescentou ainda que a mobilização da entidade e familiares sobre a questão do autismo é importante. “A sociedade só entenderá que o autismo não é um beco sem saída quando conhecer os resultados que pudemos ver aqui”.


Ministério da Saúde abre consulta pública sobre linha de cuidado para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista)



Ministério da Saúde  abre consulta pública sobre linha de cuidado para pessoas com TEA 

(Transtorno do Espectro Autista)


O Sistema Único de Saúde - SUS utiliza o mecanismo de "Consultas Públicas" para colher contribuições, tanto de setores especializados quanto da sociedade em geral, sobre as políticas e os instrumentos legais que irão orientar as diversas ações no campo da saúde no país.

A ferramenta de consulta pública abre a possibilidade de uma ampla discussão sobre diversos temas na área de saúde, permitindo que você participe e contribua na construção do sistema de saúde brasileiro. Por meio da consulta publica o processo de elaboração do documento é democrático e transparente para a sociedade.

A Ferramenta de Consulta Pública do SUS foi construída para facilitar o acesso às informações em saúde produzidas pelas diversas frentes de trabalho.

O Ministério da Saúde (MS), por meio da área técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, publicou no dia1º de Fevereiro de 2013, no Diário Oficial da União, a abertura de consulta pública de documento para a ampliação do acesso e a qualificação da atenção às pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e suas famílias no território nacional, nas diferentes Redes de Atenção à Saúde. 

O texto da consulta está disponível nos sites:www.saude.gov.br/sas ewww.saude.gov.br/consultapublicaAs sugestões devem ser encaminhadas ao Ministério da Saúde, até 02 de Março, exclusivamente para o endereço eletrônico: linhacuidado.autismo@saude.gov.brespecificando no título da mensagem o número da consulta pública e o nome do anexo (Consulta Pública nº1 de 31 de Janeiro de 2013) e (Título do seu documento anexado como sugestão) . As contribuições deverão ser fundamentadas, inclusive com material científico que dê suporte às proposições. 
O Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas coordenará a avaliação das proposições apresentadas, elaborando a versão final consolidada da Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Autismo e suas Famílias no SUS para que, findo o prazo estabelecido, seja aprovada e publicada, passando a vigorar em todo o território nacional.
A Versão do Documento em PDF para Consulta Pública (serve de base para que se elabore sugestões ao documento) esta disponível através do link: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/autismo_cp.pdf . 
Acesse a versão deste documento, leia e se possível opine. 
Participe, exerça sua cidadania. 

Este espaço pertence ao povo Brasileiro.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013


07/01/2013 - 05h03

Uso da neurociência é o próximo desafio dos psiquiatras, diz médico brasileiro


RAFAEL GARCIA
EM WASHINGTON

Não é exagero dizer que o gaúcho Luis Augusto Rohde, 47, é o psiquiatra mais influente do Brasil.
Se ainda não o é, pode passar a ser a partir de maio de 2013, quando sai a nova edição do DSM, o Manual de Diagnósticos e Estatísticas, publicação considerada a bíblia dessa especialidade médica.
Rohde foi o único brasileiro convidado para a força-tarefa da APA (Associação Psiquiátrica Americana) que revisou os critérios de definição dos transtornos mentais.
A transição da quarta para a quinta edição do manual, com lançamento previsto para maio, não foi nada fácil. Mudanças do DSM-4 para o DSM-5 atraíram críticas de psicólogos e familiares de pacientes e foram alvo do lobby da indústria farmacêutica.
Sob pressão, sem tempo e com orçamento limitado, psiquiatras recuaram de algumas propostas de mudança.
Rohde, professor titular de psiquiatria da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), atuou num dos setores mais controversos da força-tarefa: o que cuidou do "transtorno do deficit de atenção por hiperatividade", grupo acusado de inflar artificialmente a epidemia desse problema mental em crianças.
O psiquiatra, porém, argumenta que o novo manual está mais coerente e confiável.
Em entrevista à Folha, Rohde também explicou por que o DSM-5 ainda não traz a "mudança de paradigma" que muitos cientistas desejavam: a de tornar a psiquiatria uma especialidade médica mais baseada em biologia.




Progresso em autismo

ter, 08/01/13
por Alysson Muotri |
categoria Espiral
O pequeno Ivan Coimbra, que é autista/Arquivo pessoal
É comum familiares de pessoas afetadas com algum tipo de síndrome acharem que a ciência anda muito devagar. Uma vez um pai perguntou: “se conseguimos colocar um homem na Lua, por que não conseguimos curar de vez o autismo?”. Essa percepção reflete a demora que temos em transferir o conhecimento gerado dentro dos laboratórios para a clínica. Isso é ainda mais vagaroso em doenças que envolvem crianças, pois o teste clínico muitas vezes requer uma série de regulações éticas que servem para proteger os pacientes de um eventual efeito colateral.
No entanto, vejo o momento oportuno e sou otimista quanto a futuras terapias. O progresso científico nos últimos tempos tem sido fantástico, mesmo com crises econômicas afetando as maiores potências científicas mundiais. Tomemos o exemplo do ano passado e das pesquisas com síndromes do espectro autista.
Pelo “PubMed” (portal de busca de trabalhos biomédicos), foram publicados mais de mil artigos sobre a genética e estrutura cerebral de pacientes autistas, número três vezes superior ao mesmo período de tempo de uma década atrás. Tem muita informação nova chegando, com técnicas cada vez mais sofisticadas.
Aprendemos, por exemplo, que é possível observar diferenças no padrão de EEG (eletroencefalografia) em crianças autistas antes do primeiro ano de idade. Detecção precoce significa possibilidade de intervenção precoce. De fato, estudos de 2012 confirmaram que autistas em terapia intensiva tiveram mais que o dobro de melhora comportamental do que aqueles que receberam apenas tratamentos tradicionais, com alguns casos de pacientes até saindo do espectro autista.
Continuamos não sabendo o que causa o autismo. A alta concordância em estudos envolvendo gêmeos idênticos e a associação com outras síndromes genéticas, como a síndrome de Rett, tem confirmado as bases genéticas do autismo e levado a buscas por alterações genômicas em famílias com pacientes autistas. Com o custo do sequenciamento diminuindo, o número de trabalhos nessa área tem crescido exponencialmente.
O que descobrimos é infinitamente mais complexo do que imaginávamos alguns anos atrás, com centenas de genes implicados. Muitos dos genes descobertos estão também presentes em outras condições, como em esquizofrenia e epilepsia. Variações genéticas estão presentes em pelo menos 25% das crianças, mas nenhuma dessas variações contribui com mais de 1-2% de casos e muitas são alterações particulares, ou seja, aparecem em apenas uma criança.
Uma das descobertas mais curiosas é a alta frequência de mutações espontâneas. Essas alterações genéticas não estão presentes no genoma dos pais e, portanto, não seriam hereditárias, mas surgem espontaneamente antes ou no momento da concepção. Algumas alterações genéticas podem acumular no genoma do esperma do pai e aumentar de frequência com o passar dos anos devido a replicação de células progenitoras de espermatozoides.
Pais com mais de 40 anos tem um maior número de mutações e correm um risco significativamente mais elevado de gerar uma criança com autismo quando comparados com pais com menos de 30 anos.
E as causas ambientais? Diversos fatores, como exposição a poluição, pesticidas e antidepressivos têm sido propostos como fatores de risco. A maioria dos estudos baseia-se na exposição da mãe durante a gestação. Muitos desses trabalhos são ainda preliminares devido ao pequeno número amostral. De qualquer forma, grande parte dos cientistas assume que os fatores ambientais interferem com a suscetibilidade genética, mas sabemos muito pouco como isso acontece.
Casos de mutações específicas de famílias de autistas, alterando vias metabólicas conhecidas, como degradação de aminoácidos, sugerem que dietas alimentares podem ser benéficas no tratamento de algumas formas de autismo. Esses estudos nos lembram que doenças genéticas muitas vezes podem ser corrigidas pelo ambiente, ou seja, podem ser reversíveis. Algo impensável há poucos anos. De fato, muitos pesquisadores já concordam com o conceito da reversibilidade e isso tem atraído mais e mais interesse de outros grupos de pesquisa e da indústria farmacêutica (ainda tímida, mas interessada).
De acordo com dados epidemiológicos, o autismo afeta hoje em dia 1 em cada 88 crianças, um aumento de 78% desde 2002. O motivo desse aumento ainda é um mistério, mas, com certeza. melhorias no diagnóstico contribuem para esse acréscimo. Independente das causas, cerca de 1% das crianças afetadas é algo que merece urgência. Se o número de crianças autistas está crescendo realmente, quais seriam os fatores ambientais responsáveis por isso?
A ausência de um agente tóxico óbvio ou mesmo um micro-organismo torna a busca pelas causas do autismo muito difícil. Precisamos olhar com mais atenção, especialmente as pistas que estão surgindo ultimamente. Muitos especialistas acreditam que a exposição pré-natal seria um período critico. Observações recentes de que o cérebro sofre diversas modificações durante o primeiro ano de vida, muito antes dos efeitos comportamentais, suportam essas ideias e são consistentes com esse período de risco. Porém, dados em camundongos sugerem que o período crítico não seria tão essencial como se tem pensado, contrastando com essa teoria. Mas camundongos não são humanos e o argumento continua válido.
Existem milhares de questões a serem respondidas sobre o autismo e tenho percebido um crescente interesse da comunidade científica. O debate sobre o autismo é frequentemente contencioso: uns veem o autismo como uma doença, alguns como uma lesão e outros como identidade. Esse debate é importante pois coloca o autismo na mídia, diminuindo o preconceito e pressionando a classe política por mais recursos para pesquisa. O importante é que muitos pesquisadores agora enxergam o autismo como uma forma de “insight”, ensinando cientistas de diversas áreas sobre genética, evolução, neurociência e comportamento. Seja qual for sua posição, estamos vivendo um período de intenso progresso cientifico que irá, certamente, beneficiar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.